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A Verdade na Adoração



Quando Jesus se encontrou com a mulher samaritana, à beira do Poço de Jacó, ela comentou a respeito da forma correta de se adorar: Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês judeus dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. O Mestre prontamente respondeu-lhe: de fato já chegou [a hora], em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” [1].


A resposta de Jesus é maravilhosa pois nos revela que a adoração genuína não está baseada no formalismo exterior, mas sim na intenção interior, ou seja, na verdade. Significa que se aquilo que fazemos não for verdadeiro, seremos meros atores, realizadores de uma performance – em outras palavras, não seremos adoradores.


Com exceção de Julia Roberts, no filme Doze Homens e Outro Segredo, nunca vi um ator interpretando a si mesmo. Quem atua, deixa de lado sua natureza para incorporar a natureza e as características de outro (do personagem) – isso é uma performance; e não há louvor onde há performance.


O Pastor José Wellington Neto, falando a respeito do tipo de relacionamento que Deus espera que tenhamos com Ele, citou a característica da naturalidade. Tal característica significa que, diante de Deus, não precisamos construir uma imagem ideal, tampouco vestir roupas especiais ou fazer uso de palavras difíceis – nosso relacionamento com Deus deve se desenvolver de forma natural. As palavras do Pastor Wellington Neto são enfáticas: Deus não se relaciona com modelos, Ele se relaciona com pessoas [2].


Isso nos força a concluir que um verdadeiro adorador é aquele que adora Deus sendo ele mesmo. Justamente, para que nosso louvor atinja o trono da graça não é preciso copiar bandas consagradas, reproduzir tradições milenares ou forçar características que não são nossas – basta sermos nós mesmos. É preciso trazer ao centro da nossa adoração a verdade e a sinceridade daquilo que somos. O comprometimento técnico pode, de fato, ser primoroso; porém, sem o comprometimento espiritual de um louvor verdadeiro, serão apenas palavras lançadas ao vento.


A adoração em verdade revela que, muito embora o período de louvor seja um momento coletivo, ele é formado por um conjunto de adorações individuais, reveladas no momento em que o espírito verdadeiro do homem se encontra com o espírito verdadeiro de Deus.


E há uma razão de ser em Deus buscar adoradores verdadeiros. Jesus, em suas últimas instruções aos discípulos, revelou ser a verdade, o caminho e a vida [3]. Isso significa que a verdade faz parte da natureza de Jesus; compõe aquilo que Ele é. Assim sendo, como podemos falar que há adoração se não há verdade? Como poderemos falar que há adoração se houver uma atuação? Se nos comportamos como modelos? Estes são atos que não se ligam à natureza de Deus, e o fato é que Ele sabe muito bem diferenciar uma performance de uma adoração. Davi, um verdadeiro adorador, já observara: Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor [4]. Deus sonda nossos corações ao entrarmos em Sua presença e conhece bem as nossas intenções – seu “radar” busca adoradores verdadeiros.


A adoração genuína, portanto, é aquela que conecta o espírito do homem ao Espírito de Deus, de forma sincera e autêntica, não pautada em uma representação da realidade, mas em uma expressão da verdade.


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[1] V. João 4.1-26

[2] Mensagem pregada no dia 20 de novembro de 2016, no Congresso do Conjunto de Adolescentes da Assembleia de Deus (CAAD) – Min. Belém.

[3] João 14:6: Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.

[4] Salmos 139:1-4



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